Como e Quando podemos dizer que somos de facto livres?
Existem momentos em que nos sentimos verdadeiramente livres, por um curto espaço de tempo, sem barreiras ou restrições. Momentos tão curtos, que de tão curtos, nem nos apercebemos o quanto importantes e significativos são.
Ninguém e realmente solto de amarras, pois , todos nós temos algo que nos prende, seja outrem ou nos próprios.
Presos em nós mesmos, numa gaiola mental de seu nome consciência , que não nos permite expandir para alem de valores básicos incutidos na aprendizagem de um ser social. Valores esses que nos submetem a uma cooperação, a uma adjudicação de livre-arbítrio em prol de uma comunidade.
Se está certo? Está, visto que numa coexistência sã há que respeitar também a liberdade alheia.
Mas então como encontrar a liberdade individual num mundo plural?
A solidão poderá trazer essa liberdade de pensamento. Viajando só dentro do eu, explorando os recantos da nossa singular existência, descobrindo a luz interior que existe para além da física.
Talvez aí possamos voar. Voar livres de preconceitos e julgamentos, de ideias formadas e pré- formatadas. Viveremos sós, apenas acompanhados pelo nosso infinito imaginário... Mas tudo tem um preço...
Vivermos livres sem fronteiras como o pensamento, mas sem ninguém com quem partilhar este nosso maravilhoso mundo recém descoberto.
Podemos voar, como ícaro voou com suas asas de cera, alertado por seu pai, consciente do limite. Podemos, como ele, tentar não nos resignar a um comum momento e ir mais além. Exceder os limites do razoável e voar livres infinitamente...
Como todos, Ícaro tombou na sua curta e inconsciente busca da Liberdade, pagando assim duas moedas de prata ao barqueiro. E tu? Que preço pagarias pela tua pura Liberdade?